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Os imperfeccionistas

por André Menin 1 de dezembro, 2019
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Os imperfeccionistas formam um grupo de pessoas que foca no autoconhecimento, mas longe do conceito de mindfulness e atenção plena. É menos sobre cuidar de si próprio e mais sobre se conhecer.

Ao ser perguntado sobre as mudanças que gostaria de ver em Cingapura nos próximos 10 anos, um adolescente de 17 anos chamado Fuli disse: “O que importa mesmo é que, daqui há 10 anos, todos farão o que quiserem e não terão medo de serem quem quiserem ser”.

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Fuli faz parte da Youths in Balaclava (YIB), uma comunidade de criativos cada vez maior que está chamando a atenção da indústria da moda. O que começou como um grupo de seis amigos, transformou-se em um movimento underground, capaz de atrair um culto de fãs digno das celebridades. E por que YIB? Porque eles são organizados, focados e contrários à cultura Kiasu (uma tradição do país que prega a obsessão por conquistas e a aversão pelas falhas).

“Em Cingapura, você é ensinado a estudar muito para ser médico ou advogado. Você é mal visto se for mal na escola. Mas dane-se tudo isso, algumas pessoas estudam muito, mas depois trabalham em algo que odeiam”, afirmou um membro anônimo da YIB à Dazed Magazine.

 

Os imperfeccionistas ​| REFRESHER® TrendsFoto por Jonas Verstuyft

 

Mas é bom lembrar: os imperfeccionistas não estão revoltados – muito pelo contrário. Eles usam o humor subversivo, a ironia e a autodepreciação para admitir suas falhas e seus erros.

Independente da idade, os imperfeccionistas estão adotando alguns comportamentos típicos da Geração X, como o cinismo, o individualismo e o empreendedorismo.

“Quando se tornaram sexualmente ativos, surgiu a AIDS. Quando se formaram na faculdade, a crise econômica de 1987 engoliu o mercado de trabalho. Depois, a bolha das empresas de tecnologia explodiu no meio dos anos 90 e os empregos que a Geração X havia criado para si evaporaram como fumaça”, afirma a pesquisadora Gerlinda Grimes. Apesar do estereótipo preguiçoso, a Geração X simplesmente abaixou a cabeça e seguiu em frente. Mais do que isso, eles não ficaram reclamando sobre o sistema – eles lutaram para mudá-lo. Essa é uma crença fundamental dos imperfeccionistas.

 

Os imperfeccionistas ​| REFRESHER® TrendsFoto por Clem Onojeghuo

 

Combatendo a perfeição

Nos últimos anos, houve um aumento de campanhas pregando imagens mais realistas, sem retoques. Embora estejamos nos esforçando para adotar a imperfeição, algumas empresas ainda estão vendendo a perfeição. No entanto, em breve, elas provavelmente não terão escolha.

Para combater imagens irreais e desordens alimentares, a França aprovou uma lei em 2017 que exige um aviso expresso em imagens comerciais onde foram usados recursos digitais. Israel também baniu imagens tratadas pelo Photoshop em 2012.

 

Os imperfeccionistas ​| REFRESHER® TrendsFoto por Zane Lee

 

Algumas empresas começam a apoiar a lei, seja banindo imagens modificadas ou incluindo um aviso.

Seguindo essa nova diretriz francesa, a Getty Images decidiu acabar com as imagens onde o corpo foi modificado para menor ou mais magro em todos os mercados onde atua.

Marcas como Glossier e Diesel celebram as imperfeições físicas, mas o que temos acompanhado é a valorização das falhas por meio do humor negro e da subversão, como se fosse uma resposta desses mesmos alvos visuais.

 

Os imperfeccionistas ​| REFRESHER® TrendsFoto por Pierre Best

 

Subculturas da apatia

Estão surgindo diversas subculturas que valorizam a imperfeição e até mesmo a preguiça.

A palavra “Kalsarikännit”, traduzida ao pé da letra, significa “ficar bêbado em roupas íntimas”. É esse o nome de um movimento social que está em expansão na Finlândia.

 

Os imperfeccionistas ​| REFRESHER® TrendsFoto por Edu Lauton

 

Na China, a juventude urbana está adotando o “movimento sang”, inspirado em um caractere chinês associado à palavra “funeral”. Celebridades da internet, da música, jogos de celular e programas de TV estão usando essa referência para se comunicar com o público jovem. Em Pequim, a loja Sung Tea vende bebidas com nomes curiosos, como o chá preto “Não conquistei absolutamente nada”.

Na Índia, a comunidade Wallflower Girls celebra todos os medos e inseguranças das mulheres na casa dos 20 anos. Elas publicam desenhos divertidos, com personagens com pernas peludas, sobrancelhas sem depilação e corpos normais, com legendas como “são só 3 da tarde. Não, não é para você levar o vinho embora” e “não deixe que surjam questões existenciais”.

 

Os imperfeccionistas ​| REFRESHER® TrendsFoto por John Noonan

 

Assista agora, compre agora

As transmissões ao vivo se transformaram em um novo meio de fazer compras em 2017, algo popularizado na China quando a Alibaba incluiu o recurso em seu aplicativo, o Taobao. De acordo com a matéria, “marcas e influenciadores estão trabalhando juntos para criar eventos ao vivo integrados a plataformas de e-commerce. Os consumidores estão se acostumando a assistir a um vídeo e depois ter a opção de comprar o que está na tela apertando um simples botão no smartphone.”

Com a chegada da tecnologia 5G, capaz de aprimorar as transmissões em tempo real, até 2020 outros mercados vão aderir ao movimento asiático do “assista agora, compre agora”.

 

Os imperfeccionistas ​| REFRESHER® TrendsFoto por Clay Banks

 

Nos EUA, esse segmento é dominado por lojas de venda direta no Instagram, promovidas por jovens influenciadores. Vale a pena pegar o exemplo do site OHT, uma abordagem levemente voyeurística do processo de compra – cada influenciador vende produtos novos e usados por meio de transmissões ao vivo, diretamente da casa deles. O público pode conversar em tempo real, pedir dicas de estilo ou falar com os outros espectadores. É um verdadeiro paraíso das compras para a geração Z.

O movimento “assista agora, compre agora” também está crescendo junto aos localtivistas para gerar engajamento na comunidade. A loja Khan’s Cheese Shop, em Alkmaar, na Holanda, fez transmissões ao vivo do próprio local por cinco dias. A iniciativa atraiu cerca de 57 mil visitantes e gerou mais de 500 pedidos internacionais.

 

Os imperfeccionistas ​| REFRESHER® TrendsFoto por Webaroo

 

Os serviços destinados aos microconsumidores também ganharão mercado em 2020, particularmente aqueles que atraem compradores sem tempo e avessos à tomada de decisões.

A incubadora de tecnologia do Walmart, a Store No.8, está testando um serviço personalizado de compras para “mães nova-iorquinas ocupadas”. Elas podem enviar o pedido por mensagem de texto, que será despachado e entregue na casa delas, gratuitamente, em 24 horas. A empresa também está implementando a tecnologia “Scan & Go” em 100 novas lojas nos EUA, depois do sucesso obtido durante a fase de testes. Por meio de um aplicativo de celular, os clientes escaneiam e pagam pelos produtos.

Esse recurso está se mostrando uma ótima opção para os pais que precisam sair rapidamente da loja por causa dos filhos bagunceiros ou devido a uma emergência familiar.

A 7Fresh, uma loja de produtos básicos do site JD.com, permite aos clientes comprar e pagar por meio de um aplicativo depois que encontram o que querem na loja. Para simplificar a compra, a 7Fresh disponibiliza carrinhos que guiam os compradores até o corredor onde estão os itens da lista de compras deles.

Mas a melhor alternativa de microssegmentação deve ser o e-Palette, da Toyota, uma rede de veículos autônomos que formam “mercados urbanos”. Com a missão de transformar a mobilidade automatizada em um serviço, o presidente da empresa, Akio Toyoda, afirma que os veículos autônomos podem servir festivais de música, feiras públicas e eventos esportivos. O e-Palette é uma solução para marcas e varejistas que queiram testar novos mercados ou grupos de consumidores. A Toyota firmou parcerias com marcas como Pizza Hut, Amazon, DiDi, Mazda e Uber para desenvolver novos conceitos de varejo. A empresa vai estrear o sistema e-Palette nos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2020.

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